• Histórias Estranhas
  • A Quarta Dimensão
  • Adolpho Werneck - Vida e Obra
  • Arquivos de Guerra
  • Escravos dos Sentidos
  • Lamento e Perdição
  • Caçadores da Rua do Bosque
  • Peace and Love, Inc.

13 de setembro de 2010

Chaplin e o Tempo

O inglês Charles Spencer Chaplin (1889-1977), melhor conhecido como Charlie Chaplin e no Brasil como "Carlitos", é um ícone imortal do cinema e um gênio da Sétima Arte, com seus talentos abrangendo toda a produção cinematográfica, tendo atuado, produzido, dirigido, escrito roteiros e composto músicas para seus próprios filmes, e vivenciado a transição do cinema mudo para o falado. Sua carreira inclusive alcançou o cinema em cores, ainda que tenha sido um só filme (A Condessa de Hong Kong, 1967).
Minha ideia original era falar do magnífico "Tempos Modernos", mas para não discutir apenas uma das preciosas obras do grande Carlitos, resolvi apresentar também um conjunto de seus outros filmes com elementos relacionados ao Tempo.
  • Carlitos Contra o Relógio (Twenty Minutes of Love, 1914). O primeiro filme que dirigiu. Carlitos vai a um parque e encontra casais de namorados, que se tornam alvos de suas zombarias e brincadeiras. Uma mulher pede a seu namorado uma prova de seu amor, e ele rouba um relógio de bolso de outro que dorme para dar a ela. Enquanto isso, a mesma mulher flerta com Carlitos. Ele então encontra o namorado e rouba o relógio dele, dando-o de presente à mulher. O namorado os vê juntos, briga com Carlitos, que foge com o relógio. Ele então tenta vendê-lo ao seu dono original, o homem que dormia. As brigas à beira do lago parecem ter a única conclusão possível.
  • O Passado Pré-Histórico (His Prehistoric Past, 1914). O último filme de Chaplin para os estúdios Keystone. Impagável como homem das cavernas vestindo pele mas ainda de chapéu e bengala e fumando, Carlitos se encanta com Sum-Babee, a favorita do harém de mil esposas do rei. Carlitos empurra o rei em um precipício e se proclama rei, mas o rei retorna e bate na cabeça dele com uma pedra. A cena final revela o que realmente estava acontecendo.
  • O Grande Ditador (The Great Dictator, 1940). Magnífica obra que Chaplin dirigiu, produziu, escreveu, estrelou em papel duplo e cuja música compôs. Notável por ter sido o primeiro longa-metragem a satirizar a Alemanha Nazista, antes de seus maiores horrores serem revelados. Um barbeiro judeu, amnésico e internado desde a Primeira Guerra Mundial, recebe alta e retorna à sua barbearia no país de Tomania, governado pelo ditador hitleresco Adenoid Hynkel. Reencontrando suas memórias com Schultz, um oficial alemão que salvou na guerra, o barbeiro é ajudado por ele em uma trama que culmina em um plano para tirar Hynkel do poder, com o sucesso vindo de forma inusitada.
  • Luzes da Ribalta (Limelight, 1953). Ambientado em 1914, ano dos primeiros filmes de Chaplin, em que representa papel quase autobiográfico. O comediante Calvero, velho e bêbado, evita que a jovem atriz Terry Ambrose se suicide, e tentando elevar o ânimo dela acaba também se reanimando. Terry quer casar-se com ele a despeito da idade, mas Calvero tenta dissuadi-la da ideia tornando-se um artista de rua. Estrela de seu próprio espetáculo, Terry o reencontra e pede que faça um espetáculo beneficente. Calvero se reúne com um velho parceiro (Buster Keaton, na única vez que contracenam juntos) e sua performance magnífica encerra sua carreira.
  • Tempos Modernos (Modern Times, 1936). O filme inteiro é marcado pelos tempos de mudança, iniciando com um relógio. O filme começa em uma indústria que o chefe monitora por telas, e controlada por um painel de alavancas e válvulas. Na linha de produção, um operário que aperta parafusos não consegue acompanhar os limites de velocidade pressionados pelo chefe e outros abusos, é tragado pela máquina e enlouquece. Saindo do hospital, ele tenta devolver uma bandeira que caiu de um caminhão bem na hora que uma passeata comunista o segue, fazendo-o ser preso como líder do movimento. Na prisão, ele inadvertidamente come cocaína como se fosse sal e, em delírio, combate criminosos que vieram soltar prisioneiros, ganhando regalias dos carcereiros. Eventualmente ele é perdoado e solto, mas quer voltar e tenta assumir a culpa por um roubo cometido por uma garota pobre, sem sucesso. Preso enfim por ter comido em uma lanchonete sem pagar, ele reencontra a garota pobre no camburão, com quem foge e planeja uma vida melhor, a despeito das subsequentes prisões, falhas em trabalhos e confusões. Eventualmente ele se torna cantor na cafeteria em que é garçom e em que a garota dança, com um improviso seu fazendo grande sucesso, mas a polícia surge novamente, tornando-os uma vez mais fugitivos.

0 comentários:

Comente...